O acórdão
condenatório proferido pelo TJ lastreou-se apenas em provas colhidas no
inquérito. Porém a função do inquérito, como se sabe, é de fornecer
elementos tendentes à abertura da ação penal (vide Exposição de
Motivos do CPP, arts. 12 e 155, desse mesmo código, este último na
redação que lhe deu a Lei n. 11.690/2008), pois, conforme vetusta
doutrina, a prova, para que tenha valor, deve ser feita perante o juiz
competente, mediante as garantias de direito conferidas aos indiciados e
de acordo com as prescrições estabelecidas em lei. Assim, o inquérito
toma feitios de instrução provisória, cabendo à acusação fazer a prova
no curso da instrução criminal ou formação da culpa, atenta ao
contraditório: é trabalho da acusação transformar os elementos do
inquérito em elementos de convicção do juiz. Dessarte, a condenação deve
fundar-se, sobretudo, nos elementos de convicção da fase judicial, o
que não ocorreu na hipótese. Precedentes citados: HC 112.577-MG, DJe
3/8/2009; HC 24.950-MG, DJe 4/8/2008, e HC 56.176-SP, DJ 18/12/2006. HC 148.140-RS, Rel. Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ-SP), julgado em 7/4/2011.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
CONDENAÇÃO. PROVA. INQUÉRITO.
Marcadores:
Processo Penal
é autor do blog Jurisprudência & Direito. Defensor Público de Minas Gerais
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário